
No início da prática, começamos no Go (duro ou forte), ou seja, os aspectos dificultosos da arte: sua consciência corporal é inexistente, braços e pernas para um lado e para o outro, enfim, é duro mesmo. Mais adiante, passamos a entender um aspecto muito importante: nossos limites deverão ser ultrapassados, após longas e longas horas de treino o Shugyo (treino austero) deve ser experimentado: suor, calor, frio, dor e outros fantasmas deverão ser superados.
No nível intermediário começamos a nos movimentar um pouco melhor, os ukemis respondem automaticamente à sensibilidade mecânica do parceiro, não há mais tempo para pensar em botar o pé aqui ou mão lá, e sim responder a uma atitude precisa e forte. Esta parte é o Ju (suave ou flexível), nosso círculo começa a se fechar, e aí nossa técnica começa a ganhar forma e aos poucos precisão e “timing”.
Após vários kimonos molhados no tatame , estudantes avançados nos dirão: “tem que se mexer melhor, ainda está fraco”. Primeiramente, talvez possamos pensar: “esse cara aí quer me por pra baixo”, mas no fundo, ele o está ajudando , ou seja, funilando seu ego para que não se perca no seu alazão mental. Isto também é treinar.
Quando começamos a avançar na técnica, o Ryu (estilo) se expressa, aí é você mesmo. Você apenas olha um aspecto do movimento e o transforma da sua maneira, tornando-o, assim, com a sua personalidade.
Bom mesmo é nos divertirmos, encararmos um treino sempre como um novo aprendizado. Lembre-se: o fundador do Aikido treinou até o seu último dia de vida e dizia sempre ser um iniciante e este espírito de Shoshin (初心 - mente de principiante) deve ser mantido sempre.
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